quarta-feira, janeiro 30, 2008

Nas tuas linhas


É nestas linhas que me perco

Neste pedaço de língua em que mergulho

E me perco

As palavras entram-me pelos olhos

Como que para acalmar o espírito

Como que para me aconchegar

Como que para me fazer ver

É nestas linhas que me perco

Nas linhas do teu Ser

Da tua existência

Nas tuas linhas

Poema e foto: Raiz de Carla Conjunto C.

A quem O meu enleio reconhecidamente agradece.


domingo, janeiro 20, 2008

Na Paz que persigo.

Serpa Madalena Palma Madfotos

O meu ver
É um icebergue.
Envolto de nevoeiro,
No mar cinzento
da minha Memória.

É uma âncora,
De ferro esculpido.
À mão da tua Saudade
E ao suor do Teu nome,
Sempre em mim.

É um quebra-gelos,
Monstruoso e gélido.
No desnorte
Da minha existência.

O meu ver
É uma luz e sombra,
Baça, ténue,
Morna.
Persistente e determinada.
Na Paz que persigo.

domingo, janeiro 13, 2008

Surdamente!

Se as lágrimas,
Translúcidas
E dessalinadas,
Te falassem!!!

O Céu se abriria,
As nuvens Sol seria
A noite Dia iluminaria,
O Luar se eterneria,
E maresia existiria.

Salinada,
Agridoce,
Gustativa,
Apaladada,
Sentida,
Tacteada!

Mas elas,
Óh, Malditas!,
Nada expressam.
Nem me vertem!
Surdamente!

sábado, janeiro 12, 2008

nem de conta farei.

Seal Colony Robin Capper RobiNZ Blog

farei de conta que não sei.
farei de conta que, não sabendo, não sei.
farei de conta que, mesmo sabendo, nada sei.
farei de conta que, tudo sabendo, tudo não sei.
farei de conta que nem de conta farei.

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Nem Verbo existe, jamais.

José Bandeira O efeito Gorskii


Quando se descerra os lábios,

E, querendo monossilabar,

Saí só – forçadamente – um Vazio.

Caústico e mudo.

Infinitamente maior que eu próprio.

Acompanhado de um esgar.

Que paraliza, músculo a músculo,

Célula a célula do que sou,

ou penso ser, inutilmente.

E de um enevoar, feito negrume,

de horizontes de milímetros.

De inultrapassáveis distâncias,

Ao alcance dos meus dedos.

Quando só assim se descerra

As entranhas de uma Alma,

Nada somos!

E nem Verbo existe, jamais.

domingo, janeiro 06, 2008

este.


pedem-me que fingidor seja.
pedem-me que irredutível seja.
pedem, assim, que não seja.
estranho pedir, este.

seguidores