terça-feira, fevereiro 12, 2008

Não será!

David M. lejapon.fr

Neste infortúnio,
que sou
e que em sorte
sempre me sai,
já nada sei.

Nem sei
Que sou,
que pareço ser,
que devo ser,
que devo parecer ser.

Neste infortúnio,
feito rotina
e frugal horizonte,
só resta a certeza:
não é.
Não será!

sábado, fevereiro 09, 2008

neste não instante

George Kourounis stormchaser.ca

Não, não!
Puro equívoco,
atroz engano,
dolor fingir,
salvífica bondade.

Não! Jamais
"Haverá sempre uma janela aberta",
ou "Claridade".
Não mais
"Haverá sempre céu limpo",
e "Sempre luz".

No cortante,
ensurcedor silêncio,
o meu negro breu
é decoração do céu.
Neste não instante!

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

nem era

Claudia Perroti Multiply


Que farei?
Aqui
e agora.
Nesta tormenta,
de torpor,
surdez,
mudez,
e cegueira.
Implacável.
Impregnada.
Irredutível.
Irremovível.

Que farei?
Se não ouço,
prescruto,
não vejo,
não sinto.
Nem embalo
na voz,
doce,
do teu,
silêncio.
Que meu
nem era.

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Aquecia.

no one ©directriz

É como o frio
no pico do Verão,
que fere,
mata,
esquarteja.

É como o Sol
no agreste Inverno,
que não aquece,
não amornece,
não dá vida.

É Primavera no Outuno.
Não floresce
não brilha,
nem rejuvenesce.

É assim o não ser
do que nada era.
Mas que aquecia!

Já saudade

José Bandeira O Efeito Gorskii

Jogar-me-ei!
Nas nuvens,
de pesar e de surpresa,
e, silentemente,
aguardarei.

Que se desvaneçam
e se esfumem.
No mar do esquecimento
e na tormenta bruma.

As dúvidas
e incertezas
de um Adeus,
Já saudade.

No Universo!


Hoje, Ontem, Amanhã,
jamais terei,
Dentro de mim,
uma luz de estrelas,
um luar de brilhos,
cadentes e crescentes.

Hoje, Ontem, Amanhã,
Jamais terei,
Dentro de mim
Uma vastidão de nada
Um vazio de sombras
Frio e escuro.

Não terei um mar ondulante
E marés de paz.
Em mim brigará sempre,
Um revolto ser,
Imberbe magia
E eterna Saudade.
Na sombra que ilumino.

Em mim brigará sempre
Um revolto ser que se quer elevar,
Numa sentida curiosidade,
Numa eterna felicidade.
Na vastidão de um nada
Que tudo é...
No Universo!

Texto e foto: parceria com Raiz de Carla, autora dos 2º e 4º estrofes.
Publicação conjunta com o Conjunto C

domingo, fevereiro 03, 2008

Senhora e Menina.

MJA

Este meu horizonte,
Feito de sombras,
Consumido de iluminárias,
Alimentado de imaginação
E postergado de realidade,
Tudo parece ser.
Mas nada é.

À míngua de vislumbres,
De nadas que tudo são,
De tudos que nada serão,
Na penumbra da ausência
E ao arrepio da presença,
É tudo o que não é.

Este meu horizonte,
Gizado por cegos olhares,
Por surdos estares,
Invisíveis sorrisos
E cumplices torrentes,
É, afinal, Simpatia,
Senhora e Menina!!!

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