quarta-feira, agosto 25, 2010

no title.



Já nenhuma expressão ou grito

me pode demover.


Do Mar, em que me afogo

e só afogando vivo.


Do Sangue, em que me esvaio

e sem ele penso rejuvenesçer.


Da Saudade, minha boa tortura

e sentir crú e cruel.


Da Identidade, a que já não me apego,

e luz que silentemente se esvai,

no horizonte que não vejo nem sinto.


De Nada, Tudo que não é,

e que mantenho num lumbre,

dum aconchego já gélido, que amornece.

terça-feira, agosto 17, 2010

Nem se a mata


Alcanço-te num ápice.

À distância que não és,

materialidade enredada,

ilusão omnipresente.


Tomo-te por inteira.

Esquartejada e delapidada,

serenidade que era,

explosão de Saudade,

Que não quer morrer

nem Se a mata.


quarta-feira, agosto 11, 2010

Singular plural


Eu,
que nada sou,
quero ser conjugação,
num plural de ti.
Transmutação
de ADN uno e indivisível,
que matriz seja,
duma quietude velada
de paz etérea
de esgares feitos de respirares,
sófregos e docemente húmidos,
meu singular plural.

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