domingo, julho 26, 2009

No meu Ser

Anton Volkov Atelier das Artes

Incomensurável,
já indolor.
Total,
sem penumbra.
Da inutilidade
que já és,
só a solidão do silêncio
te segue,
qual cão fiel.
E a ausência
te queima,
deita por terra
a vertigem e veludez,
dum sussuro,
irrespirável,
inaudível.
Pleno,
assim brotará,
selvagem,
a bruma da tempestade,
que bonança é,
Tudo.
No meu Ser.

sábado, julho 18, 2009

À luz

eyes by 121an

À luz desse olhar,


tudo se desnunda


e tudo se encobre,


docemente.


Como tudo se revela


e tudo mistério é,


infinitamente.


Em tons de cetim,
e de seda,

No veludo desse arfar.

domingo, julho 12, 2009

É assim.

K.M. by Borissov devianART

Como dois caminhos,
sinuosos e paralelos,
que se cruzam,
em choque.


Como um corte,
simétrico,
que resvala,
e esquarteja.


Como uma lágrima,
que se evapora,
retendo-a,
reprimindo.


Como um suspiro,
mudo e quedo,
que esmaga,
doendo.


Como um sorriso,
cândido e sereno,
que amargura é,
e saudade
já não consegue ser.


Como uma quentura,
na pele divina,
que só silêncio é,
numa imensidão.


Como um sopro,
aos teus olhos,
ou um toque
em pele de safira,
que solidão amedronta.


O fim da linha.
É assim.

quarta-feira, julho 01, 2009

Sem palavras

Kit-A Atelier da Artes


Sem palavras.

Nenhumas.

E sem sombra de alguma.


Na tormenta do silêncio,

Na saudade de que me ausento,

Na certeza do incerto,

No vazio que me preenche,

Nada mais resta.


Nada mais,

Que não uma ténue sombra,

de um candelabro,

fumengante e frio,

que baçamente te ilumina.

Surda e cegamente,

na luz do que já não sinto,

e no arrepio que me minto.

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