sexta-feira, julho 25, 2008

Afinal.

Claudia Perotti Multiply


Tudo será.

A tua sede
sedosa pele,
a tua vertigem
gélido calor.
o teu anseio
negro desdém.

Tudo persiste ser.

O teu sentir,
perfume ausente,
o teu vislumbre
cega visão.

A ser, nada será.

Na penumbra
e no limbo,
vou acreditar,
Afinal.

segunda-feira, julho 14, 2008

Que jamais existiu.

foto daqui.

Aveludado.
Suspenso.
Imberbe.
Assim, desnudei-te.

Num oceano de espinhos,
Sem dó,
sem piedade.
Por mim.

Na seda e nos nós
de certezas,
e ilusões.
Fi-lo.

Mas desnudar-te,
à distancia de um olhar,
é nada!
E olhar-te nada é!

Na eternidade do perene,
nunca me cruzei
com a tua saciedade,
feita fome e sede.

Desnudei-te,
no tactear aveludado
dos meus dedos
e no arrepiar
das minhas unhas.

Sofrível inverdade:
esses dedos são de fel.
E tais unhas, lâminas.
Só matam.
A ansiedade,
feito olhar,
Que jamais existiu.

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