Sabes,
seguramente sabes,
porque eu próprio não sei.
De cego não passo,
de surdo não chego
e de mudo serei,
porque já é assim,
não sendo jamais.
Sabes,
que da dor farei alegria,
da presença distância,
das lágrimas gotas de champanhe,
da secura artificios de prazer,
regando tua alma,
velada já pela saudade
e esquecida pela veludez.
Sabes,
que no aconchego das minhas mãos,
caberá cada pó de areia,
do deserto que pizes ou esmagues,
e de cada deserto teu,
que em meu se transmutou.
Sabes,
Afinal, quero que saibas,
que no deserto que expando,
na luz que, de vez em quando, baça torno
e no mar que se agiganta,
és.
Sabes?
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