Penso,
penso que sei,
mas sei que não sei.
Sinto,
mas só sonho.
Lembro,
mas só vejo.
Teu perfil,
à mingua
das minhas mãos,
e ao veludo
do teu sabor.
Qual som,
inaudito,
a chuva que chapinha,
ao sabor do vento,
na rudeza da janela,
na crueza do silêncio,
dormente,
presente que é
e finge embalar.
Qual surdo,
desalmado,
ausente,
que silentemente recolhe
a voz doce desse piano,
ao calar-se.