sábado, maio 25, 2013

demasiado pouco



Já o sussurro
não serve,
nem suficiente é.

Já o desejo
não juz faz
à Lua,
totalmente nossa,
tua e minha,
que se quis
levantar no horizonte,
da nossa existência,
no arco-íris integral,
que nos cobre,
qual seda intáctil,
no nú
que somos,
e já só queremos,
 nos resiste
e nos une,
no presente eterno.

Já não é o bastante,
na emergência
que somos,
e nos tornamos,
a cada segundo,
intemporal,
materialização
já acontecida
e por acontecer,
sempre,
na Luz,
nossa prata
de emoções.

Já não serve.
Só ser,
pode ser
a cada instante,
comunhão,
integral,
nossa salvação,
caminho,
e integração.
Amor,
pleno, total, integral,
que é,
se queira ou não.

Por isso,
já É,
tudo.
Até demasiado pouco.

sexta-feira, maio 17, 2013

não sei



confesso-me,
para que
não duvide,
eu próprio.

não sei,
como mensurar,
o imensurável,
como alcançar,
o inalcançável,
libertar,
o já liberto,
amar,
o que já só peca por excesso,
dar,
o que já dado foi,
significar,
o já compreendido,
sentir,
o já sentido.

não sei,
como ser,
quando já sou,
qual torrente,
a que sou alheio,
que nasce,
no deserto,
que é meu,
e que não se põe
no mar,
horizonte
da existência
qual fado,
que me enreda,
realiza
e não materializa.

não, não sei,
mas sei,
que não sei.

quinta-feira, maio 09, 2013

nós



Nós,
que eu não sou,
rendo-me,
ao nosso Ser,
que nos tece
nesta infinitude,
presente oceânico,
feito de alma,
Sol
e Lua.

Nós,
que não és tu,
e que aceitas
a demanda,
já só nossa,
na existência,
que somos,
nos revela
e guia.

Nós,
soma de fusão,
que eu e tu somos,
já só conjugamos
este singular plural,
estrela polar
nossa guia,
rumo e destino,
que nos é oferecido,
na vertigem,
que já É
e o Universo nos dá.

quinta-feira, maio 02, 2013

invades-me.



Invades-me.

sem agravo
e medida,
qual oceano
na calmaria
e suavidade
dum maremoto,
que recebo
na tormenta
dum icebergue,
ao vento
e à tempestade.

Invades-me.

de bom grado,
na paz,
de silêncio,
e ausência
sentir
que só a
profundidade
do Ser
pode revelar,
e revela
no suave arranhar
e insupeito arrepeio,
que já é nosso.

Invades-me.

E eu,
que já não sou,
já só quero
essa invasão,
turbulenta e feroz,
comunhão,
na distância
e presente,
que aparenta
que é.

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